domingo, 22 de novembro de 2009

Mudei de ideia

Tinha feito um post semi-depressivo sobre a lama que foi esse final de semana, mas mudei de ideia.

Voltei pra falar do otimismo ou, da ilusão. Setecentos e quarenta milhões, quinhentos e quarenta e um mil, e trinta e duas pessoas já devem ter escrito coisas sobre esse tema, mas eu vou repetir. Possivelmente não vai ter nada de inovador ou revolucionário nas minhas palavras, mas é o meu ponto de vista.

Meu pai é um jovem senhor de 43 anos é atleticano. Doente, tadinho. Anteontem ele tava falando que acreditava que o Galo seria campeão em 2009. Segundo ele, sonhou que seu time tinha ganhado do Flamengo e ele perdeu. Dessa vez, ele sonhou que ia perder pro Inter, logo, ia ganhar. Aí só precisava não sei quem empatar não sem quantas e não sei quem ganhar de não sei quem. Ok.

O galo, obviamente - não tomem como ofensa, atleticanos. Eu ainda simpatizo com o Galo -, perdeu de novo. Talvez agora meu pai tenha desistido do título, ainda não conversamos. E se ele tivesse desistido antes, a dor [/Patrícia] de ver o time perdendo seria menor ou ele foi mais feliz enquanto se iludia?

Sinceramente, eu acho que é melhor ficar se iludindo. Não acho que o baque seja menor pra quem não se diverte imaginando coisas boas. Talvez porque eu nunca tenha conseguido ser totalmente cética. Nesse caso, não acho que quanto maior a altura, maior o tombo. Pra mim dá tudo na mesma.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Um post quente, pra variar

Querido diário,

hoje o dia foi movimentado. Acordei relativamente no horário, mas gastei muito tempo no banho, pra variar, e quase que perco o ônibus. Minha santa mãe me salvou - pela enésima vez essa semana - me dando carona até outro ponto quando ia pra academia. Meio paradoxal uma pessoa ir pra academia de carro, né? Mas isso não vem ao caso.

Não tinha mais lugar no ônibus, então eu liguei o foda-se e sentei na escada da porta. Desci no maldito ponto a milhares de quilômetros da portaria da UFMG que, por sua vez, fica a milhares de quilômetros do CEDECOM, onde fica a linda Rádio UFMG Educativa, meu atual estágio. Pensei em pegar o ônibus interno, mas o tempo que eu gastaria andando seria mais ou menos o mesmo até dar o horário do branquinho e ele me deixar no meu destino. Passei perto da reitoria e a entrada da palestra do William Bonner estava vazia, achei que era sinal de que daria facilmente pra entrar e fui calmamente à rádio guardar minhas coisas.

Quando voltei, a coisa já não estava tão bela. Não tinha enchido muito, mas as perspectivas de entrar eram baixas. Me juntei à Bel na fila e fiquei lá aguardando uma chance. Não tive coragem de usar meu crachá da Rádio pra tentar entrar porque nem mesmo tinha um gravador em mãos, só uma barra de cereal. Fiquei lá durante uns 40 minutos, até que eu e Bel desistimos e fomos para o CEDECOM. Chegando lá, descobrimos que o Elias tinha uma credencial que não ia usar e Abu chegou para editar a sonora e cedeu a sua por uma hora.

Conseguimos entrar na tal palestra. Choviam gargalhadas quando chegamos ao auditório. Quando parei pra prestar atenção, também ri. O cara é mesmo muito engraçado. E mestre na arte da retórica. Nenhuma das perguntas - a maioria muitíssimo (ênfase no íssimo) mal elaborada - fez sequer cosquinha na postura (não era essa a palavra que eu queria, mas enfim...) do indivíduo. Mas não vou me estender, porque é possível que isso renda um post no futuro. Se eu não enrolar demais e acabar esquecendo os acontecimentos.

Eu e Bel armamos um esquema pra trazermos Abu de volta sem que nenhuma de nós precisasse sair e não voltar mais. Ela me passou sua credencial e eu despistadamente a escondi na minha canela, por baixo da calça. Fui e voltei em 10 minutos e pude assistir ao resto da palestra. No final, troquei a credencial pelo livro do Bonner, como todos que estavam lá, mas o entreguei pro Elias, afinal o negócio era dele e ele decidiu dar pra Rádio. Não imaginei que fosse fazer diferente.

Depois disso a diretora do CEDECOM, Nereide Beirão, apareceu lá na Produção e ficou conversando com a gente. Ela tem muita experiência - inclusive na Globo - e foi muito legal ouvir suas histórias. É sempre legal ouvir histórias de gente que tem o que contar. Vi de novo com o pessoal o constrangimento transmitido pela Record ontem. Não vou me estender nesse caso, o vídeo fala por si.

Marquei a entrevista de amanhã, almocei e fui para a mesa redonda do César com o professor neo-zelandês da Unicamp, Tom Dwyer. Gostei bastante desse professor. Acho que o fato de ele ter um sotaque engraçado contribuiu bastante, mas de quaquer forma, ele é bem carismático. Mas, porém, contudo, entretanto, todavia, contudo, não consegui me manter acordada durante toda a fala dele. Meu problema de sonolência incontrolável segue incontrolável pelo 4° semestre consecutivo. Na hora do César foi a mesma coisa das aulas de Teorias da Imagem. Os mesmos "por assim dizer", "brincadeira" e expressões que ele cria que não fazem o menor sentido para nós, reles mortais. Exemplos da vez: "usura do tempo", "maquinaria do tempo", "filme da ordem do monumento", enfim... Saí antes do fim, porque esqueci minha sombrinha na Rádio.

Querido leitor, se você chegou até aqui, parabéns! Mas ainda não acabou. Agora começa a parte Murphyniana.

Andei mais tempo do que o necessário sob o sol rachando por causa da sombrinha esquecida. Cheguei ao ponto de ônibus no horário habitual e ele passou no horário habitual. Tinha lugar para sentar e tudo estava lindo até o fim dos 30 primeiros segundos de viagem. O bendito do trânsito estava absurdamente horrível para a pista dos ônibus. Eu ainda não entendi porque, mas da portaria da UFMG até o Via Brasil, passaram-se em torno de 70 minutos! Isso num calor do capeta e gente falando abobrinha ao meu redor (nem menciono a BusTV e seus sertanejos). Como não estava com O Poderoso Chefão, minha atual leitura, na bolsa, tive que começar uma nova: um lindo livro que eu queria muito e paguei a bagatela de 10 reais nele no Submarino (que tá com um monte de outros títulos a dez também), Alta Fidelidade, de Nick Hornby.

Finalmente o ônibus começou a andar numa velocidade decente e estava a apenas uns 20 minutos de casa quando... a porcaria do negócio resolve quebrar! Sufrida e desanimada, desci do ônibus pra pegar o do outro bairro que chegou logo depois de nós, na esperança de que mamãe me buscasse, quando chegou outro do meu bairro. Respirei aliviada por 3 segundos, tempo suficiente para a pobraiada (Ah, me poupe, eles são pobres mesmo. E eu nem tô falando que eu não sou) desceu enlouquecida e entraram todos na minha frente. Pra eu e mais umas 3 senhoras conseguirmos entrar foi um sacrifício. E lá dentro tava um conforto que cês não imaginam. Um menino chato gritando o tempo inteiro, povo relando, sofrendo em voz alta... Acabou que eu desci num ponto que não é o mais perto da minha casa e vim andando, porque não tava mais dando conta.

Chegando em minha residência, tive que dar a volta na casa (meia pra pegar a chave, meia pra voltar) pra consegui entrar. Quase virando água [/Sheila Melo] entrei, indo direto ao banheiro e trocando de roupa. Tudo o que eu queria era um copo de refrigerante, mas não tinha gelo! A água ainda não tinha congelado. Aí eu me conformei em bebê-lo quente e estou aqui, escrevendo este que é o maior post de toda a minha vida, ao invés de terminar as notas do Universo Literário de amanhã e o meu trabalho de patrimonialização da Estação Ferroviária de Vespasiano.