terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Uma mãe

Eu sou uma pessoa muito enrolada. Não é de propósito, mas eu sou.

Eu sou tão enrolada, que esse post era pra ter saído no domingo. Não esse, mas um outro.

Eu sou tão enrolada que mesmo acordando às 7h da manhã, eu consigo sair atrasada pra um compromisso às 9h.

Eu sou tão enrolada que esqueço que marquei entrevista e vou pra auto-escola. Mas eu também sou tão acostumada a ser enrolada, que quase (ênfase no quase) sempre saio ilesa das minhas enrolações.

Marquei ontem de entrevistar o organizador de um evento, hoje de manhã mas quando cheguei à auto-escola e vi que excepcionalmente essa semana haveria aulas extras de manhã eu fui sem pensar duas vezes, pra acabar de uma vez com essas malditas aulas. Por volta das 10h15 de hoje, sabe lá Deus porque, o nome do Instituto Aletria me veio à cabeça e me fez lembrar de Abrasel, que é o nome da entidade à qual meu entrevistado é vinculado.

Liguei pra minha mãe (porque meu celular não tem crédito e meu cartão acabou) pra pedir pra ela ligar pra Bel e pedi-la pra me ligar, caso estivesse na rádio. Ela não estava, mas ligou assim mesmo. No final das contas, resolvi que tinha que entrar em contato com o cara de qualquer jeito e tinha, para tanto, 2 caminhos:

. Ou eu ligava pra minha mãe de novo, pra pedir alguém que estivesse na rádio pra me ligar e eu pedir essa pessoa pra enrolar o cara/fazer a entrevista pra mim;

. Ou eu ia em casa, ligava pro cara eu mesma, reagendava a entrevisa, voltava pra auto-escola e "fechava" a aula (tem que abrir e fechar com a digital hoje em dia).

Acabei optando pela segunda alternativa. Mas como minha mãe é uma mãe, a coisa acabou saindo melhor do que eu esperava. Reagendei com o dito cujo e ficou tudo bem. Mamãe me vendo em casa, perguntou:

- Uai, cê vai almoçar em casa, então?
- Não, porque eu tenho que voltar pra lá pra fechar a aula. Aí já vou direto pra rádio.
- Eu te levo lá e trago de volta.

E assim foi. Acho que esses foram os únicos casos de enroladeza de hoje, mas com certeza, amanhã tem mais alguns...

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Pensamento "protetor de tela"

Post originalmente escrito por volta das 23h do dia 04 de janeiro, momento no qual eu não dispunha de um computador e tive que escrever na (única) folha de um bloquinho que peguei na rádio, pra escrever uma informação avulsa.

Mais cedo, dei uma de Patrícia e concebi uma teoria com nome sobrenome. Agora, enquanto observava o Thomas arrumando as malas pra viajarmos pela manhã*, a teoria se fez prática novamente. Na verdade, acho que nesse caso eu apenas batizei um determinado evento e, em seguida, percebi que o nome é passível de ser usado em outras situações. Bom, sem mais enrolação, deixa eu explicar como o "pensamento 'protetor de tela'" surgiu em minha vida.

Eu conhecia uma das vítimas desse desmoronamento que aconteceu na região de Angra, na madrugada do dia 1º. Uma menina que eu não considerava amiga, mas de quem fui bastante próxima durante três anos. Ela fazia parte de EDP, turma à qual pertenci enquanto estudei no CEFET. A relação que mantive com aquelas pessoas tem mais a ver com o que a gente tem com família, sabe? Não dá pra escolher, tem coisas difíceis de suportar, mas como não tem outro jeito, você aguenta e acaba se afeiçoando, criando laços.

Nunca imaginei que um de nós pudesse morrer assim tão cedo, antes que se completassem nem três anos da nossa separação. Menos tempo do que a gente passou junto. (Ok, se eu tivesse imaginado, seria muito mórbida/premonitiva/freak/o que for, mas enfim...)

Fato é que é muito difícil/estranho reagir nesse momento. Como desse, eu não a considerava minha amiga, no sentido estrito da palavra, mas em muitos dos que chamo "melhores momentos da minha vida" ela estave presente. Não necessariamente ao meu lado, mas de qualquer forma, por perto. Eu a achava engraçada e poucas coisas me cativam mais nesse mundo do que quando provocam meu riso. Nós tínhamos nossas incompatibilidades, mas de uma forma ou de outra, posso dizer que a gente se divertiu, querendo dizer que uma divertiu a outra mesmo.

Explicando - finalmente! - o tal "pensamento 'protetor de tela'" é que sempre que me desligo do mundo ou paro de pensar, essas e outras coisas vêm à minha cabeça. É entrar no stand by, que me lembro desse assunto. Não cheguei a chorar com a notícia, nem fui ao enterro, mesmo tendo tido vontade, mas fiquei bastante comovida. E de uma forma muito estranha.

Se a cabeça esvazia, começo a lembrar que ela foi a primeira pessoa da sala a conversar comigo; da sua transformação de "fã da Britney com colarzinho hippie" a "frequentadora do Matriz de cabelo vermelho berrante"; dela falando que não fez nem "isso" (e esboçou um sorriso amarelo) quando viu As Branquelas, enquanto eu tinha me acabado de rir; de como a gente pulou sete ondinhas (oi?) em Porto Seguro, quando descobrimos ter sido aprovadas no vestibular; do jeito que ela carregava a mochila de um lado só; ou do dia chuvoso em que subimos do Campus II pro I, com nossas sombrinhas capengas e comemos cachorro-quente barato em frente ao CEFET...

E não sei como encerrar este post. Saudade de EDP.

*Houve alterações na vida e ainda não viajei. Mas vou amanhã.