Post originalmente escrito por volta das 23h do dia 04 de janeiro, momento no qual eu não dispunha de um computador e tive que escrever na (única) folha de um bloquinho que peguei na rádio, pra escrever uma informação avulsa.
Mais cedo, dei uma de Patrícia e concebi uma teoria com nome sobrenome. Agora, enquanto observava o Thomas arrumando as malas pra viajarmos pela manhã*, a teoria se fez prática novamente. Na verdade, acho que nesse caso eu apenas batizei um determinado evento e, em seguida, percebi que o nome é passível de ser usado em outras situações. Bom, sem mais enrolação, deixa eu explicar como o "pensamento 'protetor de tela'" surgiu em minha vida.
Eu conhecia uma das vítimas desse desmoronamento que aconteceu na região de Angra, na madrugada do dia 1º. Uma menina que eu não considerava amiga, mas de quem fui bastante próxima durante três anos. Ela fazia parte de EDP, turma à qual pertenci enquanto estudei no CEFET. A relação que mantive com aquelas pessoas tem mais a ver com o que a gente tem com família, sabe? Não dá pra escolher, tem coisas difíceis de suportar, mas como não tem outro jeito, você aguenta e acaba se afeiçoando, criando laços.
Nunca imaginei que um de nós pudesse morrer assim tão cedo, antes que se completassem nem três anos da nossa separação. Menos tempo do que a gente passou junto. (Ok, se eu tivesse imaginado, seria muito mórbida/premonitiva/freak/o que for, mas enfim...)
Fato é que é muito difícil/estranho reagir nesse momento. Como desse, eu não a considerava minha amiga, no sentido estrito da palavra, mas em muitos dos que chamo "melhores momentos da minha vida" ela estave presente. Não necessariamente ao meu lado, mas de qualquer forma, por perto. Eu a achava engraçada e poucas coisas me cativam mais nesse mundo do que quando provocam meu riso. Nós tínhamos nossas incompatibilidades, mas de uma forma ou de outra, posso dizer que a gente se divertiu, querendo dizer que uma divertiu a outra mesmo.
Explicando - finalmente! - o tal "pensamento 'protetor de tela'" é que sempre que me desligo do mundo ou paro de pensar, essas e outras coisas vêm à minha cabeça. É entrar no stand by, que me lembro desse assunto. Não cheguei a chorar com a notícia, nem fui ao enterro, mesmo tendo tido vontade, mas fiquei bastante comovida. E de uma forma muito estranha.
Se a cabeça esvazia, começo a lembrar que ela foi a primeira pessoa da sala a conversar comigo; da sua transformação de "fã da Britney com colarzinho hippie" a "frequentadora do Matriz de cabelo vermelho berrante"; dela falando que não fez nem "isso" (e esboçou um sorriso amarelo) quando viu As Branquelas, enquanto eu tinha me acabado de rir; de como a gente pulou sete ondinhas (oi?) em Porto Seguro, quando descobrimos ter sido aprovadas no vestibular; do jeito que ela carregava a mochila de um lado só; ou do dia chuvoso em que subimos do Campus II pro I, com nossas sombrinhas capengas e comemos cachorro-quente barato em frente ao CEFET...
E não sei como encerrar este post. Saudade de EDP.
*Houve alterações na vida e ainda não viajei. Mas vou amanhã.
Mais cedo, dei uma de Patrícia e concebi uma teoria com nome sobrenome. Agora, enquanto observava o Thomas arrumando as malas pra viajarmos pela manhã*, a teoria se fez prática novamente. Na verdade, acho que nesse caso eu apenas batizei um determinado evento e, em seguida, percebi que o nome é passível de ser usado em outras situações. Bom, sem mais enrolação, deixa eu explicar como o "pensamento 'protetor de tela'" surgiu em minha vida.
Eu conhecia uma das vítimas desse desmoronamento que aconteceu na região de Angra, na madrugada do dia 1º. Uma menina que eu não considerava amiga, mas de quem fui bastante próxima durante três anos. Ela fazia parte de EDP, turma à qual pertenci enquanto estudei no CEFET. A relação que mantive com aquelas pessoas tem mais a ver com o que a gente tem com família, sabe? Não dá pra escolher, tem coisas difíceis de suportar, mas como não tem outro jeito, você aguenta e acaba se afeiçoando, criando laços.
Nunca imaginei que um de nós pudesse morrer assim tão cedo, antes que se completassem nem três anos da nossa separação. Menos tempo do que a gente passou junto. (Ok, se eu tivesse imaginado, seria muito mórbida/premonitiva/freak/o que for, mas enfim...)
Fato é que é muito difícil/estranho reagir nesse momento. Como desse, eu não a considerava minha amiga, no sentido estrito da palavra, mas em muitos dos que chamo "melhores momentos da minha vida" ela estave presente. Não necessariamente ao meu lado, mas de qualquer forma, por perto. Eu a achava engraçada e poucas coisas me cativam mais nesse mundo do que quando provocam meu riso. Nós tínhamos nossas incompatibilidades, mas de uma forma ou de outra, posso dizer que a gente se divertiu, querendo dizer que uma divertiu a outra mesmo.
Explicando - finalmente! - o tal "pensamento 'protetor de tela'" é que sempre que me desligo do mundo ou paro de pensar, essas e outras coisas vêm à minha cabeça. É entrar no stand by, que me lembro desse assunto. Não cheguei a chorar com a notícia, nem fui ao enterro, mesmo tendo tido vontade, mas fiquei bastante comovida. E de uma forma muito estranha.
Se a cabeça esvazia, começo a lembrar que ela foi a primeira pessoa da sala a conversar comigo; da sua transformação de "fã da Britney com colarzinho hippie" a "frequentadora do Matriz de cabelo vermelho berrante"; dela falando que não fez nem "isso" (e esboçou um sorriso amarelo) quando viu As Branquelas, enquanto eu tinha me acabado de rir; de como a gente pulou sete ondinhas (oi?) em Porto Seguro, quando descobrimos ter sido aprovadas no vestibular; do jeito que ela carregava a mochila de um lado só; ou do dia chuvoso em que subimos do Campus II pro I, com nossas sombrinhas capengas e comemos cachorro-quente barato em frente ao CEFET...
E não sei como encerrar este post. Saudade de EDP.
*Houve alterações na vida e ainda não viajei. Mas vou amanhã.
5 comentários:
gacta, falou e disse, saudade de EDP. éramos felizes e sabíamos disso!
Frequentemente tenho pensamentos "protetor de tela"... Gostei da denominação...
não sei o que dizer.
Acho que só quem já passou por esse tipo de coisa consegue entender. Tanto o vínculo que o Cefet cria entre as pessoas, esse laço não-fraterno, pseudo-amizades que valem pelos bons (e maus) momentos juntos, como também a perda de um amigo, ou de alguém que é quase isso. É estranho, e dá uma saudade esquisita, com gosto amargo. Mas acabam ficando sempre os bons momentos, mesmo que muitas vezes a lembrança seja vaga.
Enfim, gostei dessa denominação (assim como a Clarice também disse). "Pensamentos protetor de tela" é um termo muito bom e que chega a ser genial.
E que também me bateu saudade de algumas coisas, isso é fato.
Jessi..infelizmente a saudade tá forte... li seus escritos só hoje e novamente me emocionei.. saudade dos que estão presentes e foram presentes em minha vida é grande... mas não se compara a saudade de não ter mais uma grande amiga.. saudade de tudo
Postar um comentário