domingo, 15 de fevereiro de 2009

O homem de blush

Quarta-feira passada, lá fui eu à Riachuelo comprar uma calça, porque estou necessitada e lá tem umas com preço bom.

Cheguei na loja e já dei de cara com uma "banca" onde ficam um monte de calças jogadas. Essas tem os melhores preços. Dei uma olhada e o preço médio era 40 reais, achei prudente continuar procurando ali. Revirei, revirei e achei uma só do meu agrado, mas fiquei com medo de não servir. Peguei pra experimentar.

Vi uma num manequim sem a parte de cima que me apeteceu, mas na hora que vi o preço, até desisti de procurar nas araras. Achei engraçado o fenômeno de não-lycrarização das calças. Antes, quando eu não gostava, tudo tinha Lycra! Quarta, que eu até 'tava preferindo, não achei nenhuma!

Enfim. Segui para o provador (escrevi "profador"), dando uma olhada pelo caminho. Tudo caro/feio. Vesti a calça e gostei, o provador tinha 500 espelhos, deu pra ver de vários ângulos, achei válido. Tinha uma caixa de Toddynho lá dentro também. Resolvi levar, o que contei para o "guardião do provador" que eu achei de heterossexualidade contestável, assim como todos os outros funcionários do sexo masculino que tinha visto até então.

Entrei na fila para pagar. Olhei no relógio, eu teria aproximadamente 30 minutos para chegar no ponto e não ficar esperando o ônibus por horas. Ao chegar ao caixa, a atendente me perguntou se eu queria fazer o cartão Riachuelo pra ter 10% de desconto. Sem titubear muito (mesmo fazendo uma economia de apenas R$3,40) aceitei fazer o cartão já que, em tese, demoraria apenas 15 minutos.

Passei CPF e identidade pra uma outra atendente que, instantes depois, disse que eu já tinha o famigerado cartão. Supondo que tinha sido feito pela minha mãe, perguntei o que deveria fazer para pegá-lo. Ela me encaminhou para o "Crediário".

Fui ao tal do Crediário e tirei uma senha: 75. 'Tava na 68. Quase desistindo por conta da demora, a telinha apitou e apareceu meu número. Fui atendida por um homem de blush, que fortaleceu minha teoria de que os homens daquela Riachuelo eram todos de heterossexualidade contestável. Ver coisas assim me deixam desmoralizada, quando eu penso que não sei usar blush, mas enfim, isso está prestes a mudar.

Aí o cara de blush me conta que, como eu sou menor de 21 anos, eu deveria pagar uma taxa de R$12,50 por mês, para eles verem que, apesar de djovem, sou confiável. Aí veio o baque! Perdi meu desconto de 10% e ganhei um prejuízo de sei lá quanto por cento porque eu não sei fazer conta, mas sei que era muito. Titubeei um pouco, mas ainda não desisti de empreitada por causa do meu velho problema com escolhas. Aí o cara saiu pra fazer algo que eu até então não sabia o que era. Foi quando eu decidi desistir. Quando ele voltou, perguntei se ainda dava tempo e ele disse que não, porque já havia mandado imprimir o cartão.

Sofrendo, perguntei se eu não comprasse nada, quando iriam cobrar os tais R$12,50. "Na próxima fatura", mas como eu vou receber fatura se eu não tiver comprado nada? Resolvi deixar pra lá.

Com o cartão em mãos, tive pelo menos uma felicidade: pela primeira vez na minha história cartonística, abreviaram meu nome de maneira apropriada e ficou Jessica de Almeida Santos. Um sonho.

Voltei ao caixa, com o ônibus já perdido e fui para o sacrifício. Aí a mulher fala, "vou desbloquear pra você" e eu

- NÃO!!!!!!!!!! Pode deixar, vou pagar com outro.
- Mas você vai perder o desconto de 10%.
- Tudo bem, vou guardar pra uma compra maior.

No final das contas, foi só uma grande perda de tempo. Mas senti um alívio quando, diferente do que constava na etiqueta, descobri que o verdadeiro preço da calça era R$30,00.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Telespectadora*

Hoje eu tive - outra vez - vontade de voltar no tempo. Foi quando li este post n'O Placebo.

Não é segredo pra ninguém que eu me interesso pela vida alheia. Muita gente deve achar isso uma grande futilidade, mas eu não vejo dessa forma. Eu gosto de histórias diferentes da minha, gosto de viver através das pessoas e é assim que eu justifico esse interesse.

Ao ler o post da Patrícia, eu quis estar presente, não enquanto agente, como espectadora mesmo, na vida das pessoas que eu conheço antes de eu conhecê-las (só um parêntese: muitas vezes eu esqueço que as pessoas não são eu e ajo como se o mundo inteiro partilhasse de características que são exclusivamente minhas - pelo menos no meu círculo de convivência - e agora posso estar fazendo justamente o contrário: achando que só eu penso dessa forma e, na verdade, é algo comum à maioria das pessoas, mas enfim, prossigamos...). Queria ver a infância dos meus amigos, da minha mãe, da minha avó, do meu pai... Da minha irmã, não, porque dessa eu vi. De qualquer forma, ver sob o ponto de vista dela também seria interessante.

[teoria rasa de ônibus] Pra mim a vida é um grande efeito dominó, absolutamente tudo acontece só porque alguma coisa aconteceu antes e isso, somado às nossas particularidades genéticas ou whatever, constrói o que somos. O que também muda constantemente [/teoria rasa de ônibus]. Por pura curiosidade, eu queria ver esse processo nas outras pessoas. Naquelas que eu conheço, nas que conhecem alguém que eu conheço, nas que não tem absolutamente nada a ver comigo, nas "celebridades" e até nos BBBs. Seria uma experiência interessante.

Deve ser por isso que eu gosto tanto de TV. Ou de tanto assistir à TV fiquei assim, vai saber.

*Normalmente eu tenho vergonha das coisas que escrevo, mas ela se multiplica por oito vezes dez elevado à trigésima potência quando eu tento "filosofar", mas enfim...

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Distúrbios e infôncia*

Uma coisa que acontece comigo desde minha alfabetização é trocar V's por F's e vice-versa. Eu não sei o porquê, se nasci sem o cerebelo ou se tenho algum distúrbio, mas isso sempre me acontece. As pessoas em geral não ficam sabendo, porque eu vejo antes de entregar a prova/apertar enter no msn/postar o texto, mas é um negócio até que muito recorrente. Não sei porque estou falando disso, estou inventando qualquer coisa só pra postar no blog, porque eu acho uma vergonha não atualizar com uma frequência razoável.

Também não sei qual a ligação, mas me fez lembrar uma historinha da infância:

Mil novecentos e noventa e dois, um sol azul [/Leila Lopes] e eu cursava o 1° período do jardim de infância [o que eu escolhi fazer quando mamai me proporcionou a difícil decisão de escolher se eu queria uma festa de aniversário ou começar a estudar]. Toda semana [ou todo dia, não lembro exatamente], Tia Ana usava o nome de um dos alunos para compor a tarefa de casa. Eu esperava ansiosamente pelo dia em que o nome seria Jessica.

Chegado o dia, o enunciado era o seguinte: desenhe 3** bolas para a Jessica brincar. Eu fiquei tão empolgada, mas tão empolgada, que devo ter desenhado umas 8 ou 9 bolas. Um dos primeiros traumas da minha coleção: errei o dever que tinha meu nome.

Em breve, o dia em que não tomei banho de mangueira. Nossa, pensando agora, esse ano de 92 e essa escola renderam várias histórias/traumas em minha vida. Aos poucos, vou contando aqui...

*o O é proposital.
**não lembro se era esse o número exato, mas era algo nesse sentido.