segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A ditadura do bacon

Hoje eu apresentei o Universo Literário, programa lá da UFMG Educativa, pela primeira vez. Eu fiquei bem nervosa antes, porque andei fazendo umas cagadas lá na Rádio, mas deu tudo certo e no final eu tava até gostando.

Passei o dia lá hoje, tentando produzir as coisas pros programas dessa semana, que a Produção está reduzida. Não fiz metade do que planejei, mas ganhei uma carona no final! Parabéns à primeira corajosa, nesses quase 6 anos de indústria vital de migrante pendular, Danielle Gonçalves Pinto, que me trouxe em casa, por livre e espontânea vontade, antes de ir para sua própria residência.

O irônico, é que a mesma criatura divina já havia me dado uma carona, dias atrás, dessa vez até o Sion e a viagem para Vespasiano durou 3 vezes menos. Coisas da vida.

Bel veio conosco. Não pude deixá-las partir sem mostrar os pontos turísticos da cidade e fazê-las provar a comida regional. Fomos ao Fot Lanches, comer Jacarezão. O cardápio deles é muito engraçado. Vocês conhecem Photoshop? Eles não. As imagens dos sanduíches são exatamente o que eles são "na vida real". Não é muito apetitoso. E todas as opções vêm com bacon. Pra quê?

Comemos os Jacarezões (?) e partimos para a minha casa, a uns 3 minutos de carro dali. No caminho, mostrei as turisticidades: Biblioteca Municipal, Delegacia de Polícia, Museu da cidade, Praça JK, Palácio das Artes, Trincheira Rossana Murta, Estação Ferroviária, Igreja Matriz de Nossa Senhora de Lourdes e Cemitério velho. Tudo em 3 minutos!

Me deixaram no meu destino e partiram rumo aos seus. Não é difícil achar o caminho de volta. É só subir, virar a segunda a esquerda e seguir até o fim da avenida. No fim você vira à direita. Ou à esquerda. Todos os caminhos levam a Belo Horizonte.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Capitalismo selvaze

Ah, como eu adoro fazer compras pela internet! Se pudesse, só as faria por essa via. É tão prático, normal [/maisa]!

Não me lembro exatamente o que foi a primeira coisa que comprei pela internet, mas todas as minhas compras, até hoje, foram bem-sucedidas. Já comprei livros, DVDs (como todo mundo que alguma vez na vida já comprou pela internet) chapinha de cabelo, depilador, celular... não tô lembrando de mais nada, mas já acho isso muito. Fora o livro Virgens Suicidas, que não tinha em lugar nenhum no mundo e me fez experimentar os sebos virtuais. Recomendo.

Falando em Virgens Suicidas, lembrei que comprei o DVD do filme na Livraria Cultura e ele não rodou bem no DVD Player - que não presta - daqui de casa. Reclamei e eles trocaram! E, tipo, em dois dias. Foi muita satisfação.

Lembrei também de uma história meio chata, mas a culpa é minha mesmo. Quando fui comprar o depilador, ele tava a R$150, mas eu enrolei tanto - por preguiça, procrastinação, pão-duragem, essas coisas inerentes ao meu ser - que ele subiu pra R$170. Ok, 20 reais nem são tanta coisa assim, mas tenho más recordações dessa compra, porque mamai ia me dar a metade de presente de natal. Como comprei parcelado em 10 vezes (coisa que eu odeio), pedi pra pagar as 5 primeiras e ela ficar com as outras, pra eu ficar livre mais rápido. No meio tempo, a pobre coitada ficou desempregada e eu tive que pagar tudo. Enfim...

Mas também tem o caso Alta Fidelidade, que é feliz! Ia comprar o livro e o filme, por R$37 e R$22,90, respectivamente, na Livraria Cultura. Mas aí, por preguiça, procrastinação, pão-duragem, essas coisas inerentes ao meu ser, acabei enrolando e o Submarino lançou uma promoção em que o mesmo livro saía por R$10! Comprei lá e aguardei por uma melhor oportunidade de comprar o filme. Semana passada, resolvi pagar os 23 na Cultura mesmo, mas tinha esgotado! Não desisti e continuei procurando. Acabei achando por R$19,90 na Livraria da Travessa, com frete grátis! Como se já não estivesse maravilhoso, eu recebi desconto por ser minha primeira compra e saiu a R$15,92!

Recebi o e-mail de confirmação de envio hoje, por isso este post. Pra encerrar, vou deixar uma lista de sites que eu recomendo:

Submarino;
Estante Virtual;
Livraria Cultura;
Livraria da Travessa;
Americanas.com;
2001Video.

Enjoy yourselves!

domingo, 6 de dezembro de 2009

Saga de uma migrante pendular

Uma das coisas que mais me chateiam nessas minhas atuais condições de vida é pegar ônibus. Não é pegar ônibus de frescura "ai, como eu odeio andar de ônibus". Não, a coisa em si nem me incomoda. O que eu odeio são todas as linhas de ônibus que servem pra me levar de Vespasiano a Belo Horizonte e vice-versa, ou seja: o Caieiras e o Célvia.

Não sei nem o que é pior, os horários escassos e mal cumpridos, o excesso de gente, a lerdeza de certos motoristas, o retardo mental de um dos trocadores, os pontos mal localizados e extremamente malcheirosos, ou a BusTV.

Hoje eu fiquei por volta de 1h30 esperando. Cheguei lá pouco antes de meio dia e dez, que era o horário previsto de chegada de um Célvia. O ponto estava vazio. Mau sinal. Resolvi ficar entre a fila do Célvia e do Caieiras, porque como há mais linhas do segundo, ele provavelmente chegaria primeiro.

Tem um mendigo doido lá, Caveirinha, que tem mania de dar tapa nas pessoas que passam. Enquanto eu esperava, um homem invocou com ele e começou a bater no indivíduo. Reconheço que morro de ódio quando ele dá aqueles tapas (já levei um, inclusive) e dá vontade de bater mesmo, mas a repugnância pelo homem que batia foi muito maior, porque ele tava explicitamente dando uma de machão só porque o pobre coitado do mendigo não podia se defender.

Aí eu continuei lá plantada, rodando a sombrinha pra ver se passava o tempo. Faltando 10 pras 13h, resolvi sair do muro e ir pro ponto do Célvia, antes que ele enchesse, afinal, em teoria, o próximo chegaria em 10 minutos. Deu uma hora e chegou um Caieiras, logo seguido de outro. Decidi não ir neles porque o tempo que eu gastaria andando pra chegar em casa talvez fosse maior do que o que eu esperaria pela chegada do Célvia. Doce ilusão. Dentro de uns 15 minutos chegou mais um Caieiras e o Célvia só apareceu às 13h30, hora em que dava pra ter ido pra casa umas duas vezes e meia de carro...

P.S.: Dei uma ligeira mudadinha no layout... agora o corpo do texto é menos espremido.

domingo, 22 de novembro de 2009

Mudei de ideia

Tinha feito um post semi-depressivo sobre a lama que foi esse final de semana, mas mudei de ideia.

Voltei pra falar do otimismo ou, da ilusão. Setecentos e quarenta milhões, quinhentos e quarenta e um mil, e trinta e duas pessoas já devem ter escrito coisas sobre esse tema, mas eu vou repetir. Possivelmente não vai ter nada de inovador ou revolucionário nas minhas palavras, mas é o meu ponto de vista.

Meu pai é um jovem senhor de 43 anos é atleticano. Doente, tadinho. Anteontem ele tava falando que acreditava que o Galo seria campeão em 2009. Segundo ele, sonhou que seu time tinha ganhado do Flamengo e ele perdeu. Dessa vez, ele sonhou que ia perder pro Inter, logo, ia ganhar. Aí só precisava não sei quem empatar não sem quantas e não sei quem ganhar de não sei quem. Ok.

O galo, obviamente - não tomem como ofensa, atleticanos. Eu ainda simpatizo com o Galo -, perdeu de novo. Talvez agora meu pai tenha desistido do título, ainda não conversamos. E se ele tivesse desistido antes, a dor [/Patrícia] de ver o time perdendo seria menor ou ele foi mais feliz enquanto se iludia?

Sinceramente, eu acho que é melhor ficar se iludindo. Não acho que o baque seja menor pra quem não se diverte imaginando coisas boas. Talvez porque eu nunca tenha conseguido ser totalmente cética. Nesse caso, não acho que quanto maior a altura, maior o tombo. Pra mim dá tudo na mesma.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Um post quente, pra variar

Querido diário,

hoje o dia foi movimentado. Acordei relativamente no horário, mas gastei muito tempo no banho, pra variar, e quase que perco o ônibus. Minha santa mãe me salvou - pela enésima vez essa semana - me dando carona até outro ponto quando ia pra academia. Meio paradoxal uma pessoa ir pra academia de carro, né? Mas isso não vem ao caso.

Não tinha mais lugar no ônibus, então eu liguei o foda-se e sentei na escada da porta. Desci no maldito ponto a milhares de quilômetros da portaria da UFMG que, por sua vez, fica a milhares de quilômetros do CEDECOM, onde fica a linda Rádio UFMG Educativa, meu atual estágio. Pensei em pegar o ônibus interno, mas o tempo que eu gastaria andando seria mais ou menos o mesmo até dar o horário do branquinho e ele me deixar no meu destino. Passei perto da reitoria e a entrada da palestra do William Bonner estava vazia, achei que era sinal de que daria facilmente pra entrar e fui calmamente à rádio guardar minhas coisas.

Quando voltei, a coisa já não estava tão bela. Não tinha enchido muito, mas as perspectivas de entrar eram baixas. Me juntei à Bel na fila e fiquei lá aguardando uma chance. Não tive coragem de usar meu crachá da Rádio pra tentar entrar porque nem mesmo tinha um gravador em mãos, só uma barra de cereal. Fiquei lá durante uns 40 minutos, até que eu e Bel desistimos e fomos para o CEDECOM. Chegando lá, descobrimos que o Elias tinha uma credencial que não ia usar e Abu chegou para editar a sonora e cedeu a sua por uma hora.

Conseguimos entrar na tal palestra. Choviam gargalhadas quando chegamos ao auditório. Quando parei pra prestar atenção, também ri. O cara é mesmo muito engraçado. E mestre na arte da retórica. Nenhuma das perguntas - a maioria muitíssimo (ênfase no íssimo) mal elaborada - fez sequer cosquinha na postura (não era essa a palavra que eu queria, mas enfim...) do indivíduo. Mas não vou me estender, porque é possível que isso renda um post no futuro. Se eu não enrolar demais e acabar esquecendo os acontecimentos.

Eu e Bel armamos um esquema pra trazermos Abu de volta sem que nenhuma de nós precisasse sair e não voltar mais. Ela me passou sua credencial e eu despistadamente a escondi na minha canela, por baixo da calça. Fui e voltei em 10 minutos e pude assistir ao resto da palestra. No final, troquei a credencial pelo livro do Bonner, como todos que estavam lá, mas o entreguei pro Elias, afinal o negócio era dele e ele decidiu dar pra Rádio. Não imaginei que fosse fazer diferente.

Depois disso a diretora do CEDECOM, Nereide Beirão, apareceu lá na Produção e ficou conversando com a gente. Ela tem muita experiência - inclusive na Globo - e foi muito legal ouvir suas histórias. É sempre legal ouvir histórias de gente que tem o que contar. Vi de novo com o pessoal o constrangimento transmitido pela Record ontem. Não vou me estender nesse caso, o vídeo fala por si.

Marquei a entrevista de amanhã, almocei e fui para a mesa redonda do César com o professor neo-zelandês da Unicamp, Tom Dwyer. Gostei bastante desse professor. Acho que o fato de ele ter um sotaque engraçado contribuiu bastante, mas de quaquer forma, ele é bem carismático. Mas, porém, contudo, entretanto, todavia, contudo, não consegui me manter acordada durante toda a fala dele. Meu problema de sonolência incontrolável segue incontrolável pelo 4° semestre consecutivo. Na hora do César foi a mesma coisa das aulas de Teorias da Imagem. Os mesmos "por assim dizer", "brincadeira" e expressões que ele cria que não fazem o menor sentido para nós, reles mortais. Exemplos da vez: "usura do tempo", "maquinaria do tempo", "filme da ordem do monumento", enfim... Saí antes do fim, porque esqueci minha sombrinha na Rádio.

Querido leitor, se você chegou até aqui, parabéns! Mas ainda não acabou. Agora começa a parte Murphyniana.

Andei mais tempo do que o necessário sob o sol rachando por causa da sombrinha esquecida. Cheguei ao ponto de ônibus no horário habitual e ele passou no horário habitual. Tinha lugar para sentar e tudo estava lindo até o fim dos 30 primeiros segundos de viagem. O bendito do trânsito estava absurdamente horrível para a pista dos ônibus. Eu ainda não entendi porque, mas da portaria da UFMG até o Via Brasil, passaram-se em torno de 70 minutos! Isso num calor do capeta e gente falando abobrinha ao meu redor (nem menciono a BusTV e seus sertanejos). Como não estava com O Poderoso Chefão, minha atual leitura, na bolsa, tive que começar uma nova: um lindo livro que eu queria muito e paguei a bagatela de 10 reais nele no Submarino (que tá com um monte de outros títulos a dez também), Alta Fidelidade, de Nick Hornby.

Finalmente o ônibus começou a andar numa velocidade decente e estava a apenas uns 20 minutos de casa quando... a porcaria do negócio resolve quebrar! Sufrida e desanimada, desci do ônibus pra pegar o do outro bairro que chegou logo depois de nós, na esperança de que mamãe me buscasse, quando chegou outro do meu bairro. Respirei aliviada por 3 segundos, tempo suficiente para a pobraiada (Ah, me poupe, eles são pobres mesmo. E eu nem tô falando que eu não sou) desceu enlouquecida e entraram todos na minha frente. Pra eu e mais umas 3 senhoras conseguirmos entrar foi um sacrifício. E lá dentro tava um conforto que cês não imaginam. Um menino chato gritando o tempo inteiro, povo relando, sofrendo em voz alta... Acabou que eu desci num ponto que não é o mais perto da minha casa e vim andando, porque não tava mais dando conta.

Chegando em minha residência, tive que dar a volta na casa (meia pra pegar a chave, meia pra voltar) pra consegui entrar. Quase virando água [/Sheila Melo] entrei, indo direto ao banheiro e trocando de roupa. Tudo o que eu queria era um copo de refrigerante, mas não tinha gelo! A água ainda não tinha congelado. Aí eu me conformei em bebê-lo quente e estou aqui, escrevendo este que é o maior post de toda a minha vida, ao invés de terminar as notas do Universo Literário de amanhã e o meu trabalho de patrimonialização da Estação Ferroviária de Vespasiano.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Psicótica

Eu vivi algumas fases nos últimos tempos. Primeiro uma completa apaticidade (?), depois uma plenitude infundada... e aí veio a fase negra. A vida estava um tormento. Só tinha paz um quinto do tempo.

Foi aí que entrei na terapia. E não sei se foi só isso ou um conjunto de fatores (claro que eu sei, é a segunda opção, mas esse foi um dos mais importantes), mas a vida definitivamente mudou. Não sou uma pessoa feliz o tempo inteiro, mas tenho tido um pouco mais de controle sobre mim mesma e isso tem sido lindo.

Foi um tempo curto, mas intenso. Era uma terapia ativa, eu não ficava só falando pra uma parede anotadora. 'Minha' psicóloga me corrigia, me apontava os erros, não necessariamente apontando ou corrigindo deliberadamente, mas analisando, argumentando e me dando sugestões. E eu de fato melhorei muito. Acho que tem muito a ver com o fato de eu ser bastante influenciável e volúvel - se confio em uma pessoa, aceito, ou pelo menos reflito bastante antes de discordar de tudo o que ela diz. Como ela me disse no início, não 'curei meus defeitos', mas aprendi a, de certa forma, lidar com eles. Pelo menos minimamente pra não perder a sanidade de uma vez por todas.

Mas, no entanto, porém, entretanto, todavia, contanto (adoro usar essas palavras todas na mesma frase), cliché é vida e tudo o que é bom dura pouco. Essa psicóloga me atendia pela Fump e, como eu sou assistida, não pagava nada, olha a maravilha! Acontece que, por algum motivo, ela está saindo de lá e me abandonando, oh céus!, e eu não sei o que fazer.

Pagar por sessões normais é fora de cogitação, porque isso é muito caro. Mas talvez ela comece a atender como conveniada da Fump, que não é de graça, mas tem desconto. Ainda assim, vai dar uma pesadinha no meu bolso. Acho que primeiro eu vou tentar com outro e, se não der, depois eu vejo o que faço.

Ah! Em breve, fotos do Sunshine!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Sunshine

Eu sempre escrevo coisas pra postar no blog no bloco de notas e acabo desistindo ou esquecendo. Um dia, eu larguei aberto no computador e fui dormir. Minha irmã chegou e leu, foi constrangedor. Mas eu acho muitas coisas constrangedoras.

No próximo domingo eu vou ser "elisete". Deixa eu explicar: Elias é o coordenador da rádio UFMG Educativa, onde eu trabalho. Quando ele ainda tava na graduação, fez um trabalho pra uma matéria de rádio - a do Fábio Martins mesmo, pra quem conhece - e montou o Show de Calouros Elias Sunshine. A coisa meio que virou uma tradição e de tempos em tempos ele faz um novo. As elisetes são as ajudantes de palco. Segundo ele, mulheres "escolhidas a dedo, que todos os homens gostariam de ter e todas as mulheres gostariam de ser". Aham, Cláudia.

Vou ter que passar uma hora e meia, quase sem pausa, dançando. Dançando, gente! Eu não danço! Pelo menos não em condições normais de temperatura e pressão. Mas eu tava querendo mudar isso. Primeiro porque mulher que não dança fica meio deslocada na sociedade, não é natural. Segundo, porque se tanta gente gosta, algum motivo deve ter. Eu tenho que parar com essa de achar que todo mundo tá me olhando, preocupando comigo o tempo inteiro e mijogar mais.

Inicialmente, minha maior motivação foi o cachê que diz que vai ter. Esse mês estou assaz apertada de finanças. Mas depois desprendi, porque não deve ser muita coisa. Enfim...

Segunda-feira a gente foi ensaiar e, no começo eu tava com vergonha até das meninas, mas depois liguei o foda-se. Conseguir ligar o foda-se em determinadas situações figura entre as minhas maiores conquistas dos últimos tempos. O próximo passo é transformar "determinadas situações" em "sempre".

Vamo ver, né?!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Filosofia rasa e um caso

Da Wikipédia:

Um clichê (do francês cliché), chavão ou lugar-comum é uma expressão idiomática que, de tão utilizada e repetida, desgastou-se e perdeu o sentido ou se tornou algo que gera uma reacção má em vez de dar o efeito esperado.

Outro dia, lendo uma coluna de alguém que eu nem me lembro mais quem, comecei a pensar sobre isso e mais um monte de coisas.

Eu costumava odiar clichês. "Odiava" e nem sabia porquê. Só queria ser diferentezinha. Tempos depois, menos revoltada com a vida, li essa coluna e percebi que o clichê é uma coisa que perdeu sentido de tanto que foi repetida. Então uma coisa que foi repetida perde sentido só por causa disso? Se for pensar nas palavras isoladas que quando faladas muitas vezes seguidas ficam estranhas, a resposta certamente é sim. Mas se várias pessoas chegaram a uma conclusão que já havia sido concluída antes foi só porque elas tiveram preguiça de procurar uma diferente?

Sei lá.

Sou inconclusiva. Devia tentar só contar historinhas, porque é no que eu quero ser boa, mas tô fraca de história ultimamente. Só essa do ônibus hoje:

Tava lá em pé, do lado de outra mulher em pé, que conversava que nem um pobre na chuva com duas outras que estavam sentadas. Mas era igual uma maritaca mesmo. Pra ter uma idéia - quem conhece o trajeto - ela gastou de venda nova até a região dos motéis pra contar um único caso e sem fazer silêncio por mais do que dois segundos.

Nessa região dos motéis o ônibus sempre dá uma esvaziada. Aí eu acabei sentando e surgiu um homem sei lá de onde que ficou no lugar onde a faladeira estava e ela acabou se afastando um pouco de perto das outras duas, mas nada que a impedisse de conversar com elas.

De repente, a faladeira ficou calada e o homem assumiu o seu posto. Com assuntos tão chatos quanto os dela - nada pessoal, mas ele era pastor - ele desandou a falar, mas num ritmo totalmente diferente, mais pausado. Parecia que ele falava para ser gentil, o silêncio o constrangia.

Falou de assuntos chatos: a igreja, como o tempo passa rápido e os filhos deles já estão criados, o curso de clarinete do caçula e a filha que mora em Portugal, e eu sempre observando uma certa má vontade na voz da ex-faladeira.

Um ponto antes de eu descer, a dita cuja anunciou sua partida, dizendo que precisava comprar pão para sua "cria" e encerrou seu discurso meio que xingando o homem por ter falado tanto:

- Vão, Seu Zé*, o senhor já falou muito hoje. Já falou de igreja, já falou dos filhos, agora tá na hora de fechar um pouco a matraca e descer.

Achei irônico.

*Nome fictício.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Ídolos

Eu sou um extremista. Se eu não gosto de alguém, nutro um profundo desprezo - que pode ser facilmente dissolvido caso essa pessoa seja agradável para comigo, mas este não é o tema deste post. Agora, se eu gosto, merece entrar pro meu roll dos ídolos.

Eu realmente idolatrizo certas pessoas. São as pessoas com as quais eu gostaria de parecer, ou pelo menos partilhar características. E quando eu encontro uma característica minha que alguém de quem eu gosto também tem, eu fico muito feliz.

Sei lá, pode ser que isso signifique que eu não gosto de ser eu e preciso encontrar as outras pessoas em mim pra ser feliz. Mas eu prefiro enxergar como uma forma de aproximação, um jeito menos frágil de me conectar com meus ídolos do que minha pura admiração.

Minha lista de ídolos é bem variada, tem de gente famosa que eu provavelmente nunca vou conhecer, até meus amigos, parentes, professores e pessoas que, ainda que não sejam exatamente famosas, mal sabem - ou sequer sabem - que eu existo.

Nem sei se devia chamá-los de ídolos. Tá mais próximo de uma admiração profunda, que não me impede de enxergar os seus defeitos, mas meio que os anula.

E eu fico feliz em admirar. E quando é em relação a alguém que gosta de mim, eu sinto orgulho de mim mesma, por ter conseguido cativar alguém tão legal.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Sobre maçãs, aparelhos e obstáculos em geral

Hoje, pela primeira vez em aproximadamente três anos, eu comi uma maçã sem transtorno. Sinceramente, não esperava que fosse tão fácil. Quando eu usava aparelho era tão difícil! Primeiro que maçã mesmo, mal chegava ao meu estômago, metade ficava entre os ferrinhos. Se fosse fácil tirar, era uma coisa, mas não, era um suplício!

Eu nem gosto muito de maçã, sabe. Não pelo gosto/textura em si, mas é que eu acho que sempre fico com mais fome do que estava antes dela... Enfim, não usar mais aparelho fixo é bastante bom, mas acho que ainda não tenho muita noção dos meus próprios dentes. Em quatro semanas sem, já tive umas três aftas decorrentes de mordidas. Mas é possível que seja uma coisa do corpo inteiro, porque tenho me auto-unhado com frequência nos últimos dias.

Aparelho móvel é quase tão ruim quanto fixo. Só não é porque é móvel. Ter que ficar tirando essa joça toda vez que eu vou comer é bem desagradável. Eu tenho muita, mas muita, preguiça dos obstáculos da vida (muita mesmo!), mas não lembro da última vez que desisti de alguma coisa por causa deles - a próxima eu sei que vai ser amanhã, mas garanto que é raro!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Da série: na hora foi engraçado

Na última quinta, cheguei a uma constatação que me levou a uma dúvida (ou o contrário, talvez), após assistir a um filme sobre a Ana Bolena - não, não foi aquele com a Natalie Portman e a Scarlett Johansson. Enfim.

Na livraria da Fafich hoje, com a Patrícia, resolvi tocar no assunto:

Eu: Sabe, descobri que não entendo essa fama dos reis, de serem bravos e virtuosos. Pensa comigo: os que vem à minha mente são todos boçais. Dom João VI.
Patrícia: Verdade.
Eu: O da Ana Bolena, lá, Henrique VIII.
Patrícia: Facto.
Eu: Luís XVI. Luís XIV era veado, mas se era frouxo eu já não sei. Acho que não... De onde será que vem a tal fama, hein?
Patrícia: Deve ser dos três reis magos.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Pessoas que pedem na rua

E essas pessoas que pedem na rua, hein?!

Praticamente toda vez que eu vou a Belo Horizonte - Vespasiano ainda não tem muito disso - eu cruzo com algum pedinte. Na categoria 'pedinte' também incluo os vendedores ambulantes que querem que eu compre suas balas de goma, chicletes, amendoins, rosas, brincos etc.

Fico sem saber o que fazer nessas situações. Teoricamente, eu estou num patamar financeiro mais alto que o deles, mas também estou mais baixo do que muita gente. É responsabilidade minha - tanto enquanto cidadã, ou filha de Deus, ou qualquer coisa - ajudar os que estão abaixo de mim? E os que estão acima, também não deveriam me ajudar?

Eu, em geral, acho que deveria "fazer a minha parte" e dar o dinheiro, mas mais como uma forma de deixar minha consciência mais tranquila, do que qualquer outra coisa. No fim das contas, em raríssimos casos eu ponho a mão no bolso. Porque apesar de toda a pena que eu sinto, eu coloco na cabeça que isso não é minha responsabilidade e esqueço do pedinte assim que ele sai do meu campo de visão.

Às vezes eu acho que devia assumir um lado (eu e meus extremismos): ou eu tenho dó e ajudo sempre ou eu não tenho nada a ver com isso mesmo e fico na minha, mas escrevendo isso agora eu penso: pra quê?

Pra quê?

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Resoluções para 2009/2

Bom, minha vida tem demandado certas mudanças. Na verdade as coisas "meio erradas" já tem um tempo, só que esses "erros" só tem me incomodado de verdade de uns tempos pra cá. Já não sei se acredito tanto mais na força de vontade, mas na atual conjuntura, ou eu tento, ou eu tento.

Resolvi, então, fazer uma lista com resoluções pro próximo semestre - já que depois que a gente entra pra faculdade, a vida passa a ser contada em semestres. Ela ainda está em construção, mas por enquanto, já tem os seguintes itens:

. Esquentar menos a cabeça com agradar os outros: desde pequena eu sempre fui dócil, sempre gostei que gostassem de mim. Só que a coisa piorou um pouco, com o passar do tempo. Ultimamente, quando eu descubro que, por algum motivo, alguém não gosta de mim, eu sofro demais. Mas é demais mesmo, a ponto de ficar mal. E isso é meio idiota, porque quem na vida consegue agradar todo mundo? Nem Jesus (também passei da fase de odiar clichês e é isso que me motiva a buscar as mudanças. No final das contas é tudo fase). Isso nos leva à próxima resolução:

. Resgatar quem eu sou: Isso soou bem dramático, mas eu sempre soube que sou dramática. De um jeito diferente da Patrícia, mas sou bastante. Acontece que nessa eterna busca por agradar the whole wide world, eu meio que me perdi do que eu sou. Sei lá, procurar o que eu gosto de verdade, ao invés do que eu devo gostar pra que as pessoas gostem de mim;

. Postar com mais frequência neste blog: agora as coisas mais amenas. Eu gosto de postar aqui quando tenho alguma história legal/engraçada pra contar, só que fico esperando demais essas histórias acontecerem. Tô dando um crédito pra mim e acreditando que independente de acontecimentos exóticos, eu consigo escrever textos minimamente legais/engraçados;

. Usar mais bermudas e regatas: acho que me fará bem. Só espero não sentir frio;

. Ir mais ao CEU: pra ter uma cor homogênea;

Por enquanto, é isso. Mas ainda tá em construção...

terça-feira, 23 de junho de 2009

O médico pajé

Quarta-feira:
- Se eu fosse uma pessoa sensata, iria ao banheiro agora...

Não fui.

Sexta-feira:
Dores infernais no ventre e vontade de ir ao banheiro de 5 em 5 minutos. Dez reais a menos na conta por uma caixa de Buscopan Composto.

- Vai ao médico, né, Jessica?
- Só porque não tenho escolha. Queria mesmo era um pajé.

Sábado:
Médico.

Tava meio deprimida, perdida nas famigeradas remoeções que fazem todo o sentido pra mim - mas que por coerção social eu devo admitir que são descabidas - antes de chegar no hospital. Pra piorar a minha situação, o bendito do médico tinha saído pra almoçar, tive que ficar esperando, chafurdando em "sequêncas lógicas" de pensamento.

Demorou menos do que eu esperava. Ele apareceu meio afoito. O consultório era bem meia-boca.

Me perguntou o que eu tinha:

- Acho que tô com infecção de urina.
- O que você tá sentindo?
- Vontade de ir ao banheiro toda hora e uma dor quando termina.
- É clínica de infecção mesmo, deita ali.

Deitei. Alguns "sente dor aqui" depois ele confirmou a suspeita e receitou um antibiótico. Minha mãe, claro, veio com papo de magreza e eu contei das dores de estômago que tenho de vez em quando.

- Eu como muita pimenta, será que isso interfere?
- Deixa eu ver sua língua.
- Aaaaah...
- Em você, interfere. Você tem as laterais da língua vermelhas, isso é tendência a ter mal do estômago. Mas tô vendo uma tristeza aí também.
- ???? (achando que era alguma coisa física, fiquei sem entender que ele tava falando era da minha melancolia. Mas quanto a isso, tudo bem. Eu devia estar com a cara péssima).
- Me dá seu pulso (e apertou de leve meu pulso)... Você é ansiosa.
- Não era até há um tempo atrás, mas tenho estado.
- Claro, há um tempo atrás 'cê era nova. Agora que a vida começa de verdade. Você tem que tomar suco de limão. Ansiedade é coisa do fígado e suco de limão faz bem pra ele. E chá de flor jasmim. (...) Mas mulher é assim mesmo, por causa dos hormônios. Toda mulher devia fazer acupuntura. Se Deus quiser, daqui a um tempo eu vou poder parar de atender aqui e trabalhar só com acupuntura...

Gostei bastante dele no final das contas, mas até hoje ainda não comprei o chá de flor de jasmim. E nem foi por não precisar!

domingo, 3 de maio de 2009

Armazenar = recolher em armazém

Em geral eu tendo a achar que minha memória é boa. Decoro nomes muito facilmente (exceto do pessoal da Proex, mas desses eu já desisti). Costumo saber nome - às vezes até sobrenome - de gente que não faz idéia da minha existência. Mas fazer o que, meu Deus, eu decoro!

Números também eu tendo a guardar. Sei meu número de matrícula da faculdade, CPF, ID e blablabla whiskas, muitos números por aí. Só não lembro direito da minha matrícula no CEFET, mas convenhamos que um mínimo de seletividade todo mundo tem. Lembro senhas também.

Tudo a que eu presto atenção de verdade (o que exclui, infelizmente, as aulas a que assisto em grande medida) fica guardado na minha cabeça, mas na verdade eu acho que isso não é bom. Eu acabo acumulando tanto detalhe, tanta picuínha, que passo a inventar coisa onde não tem. O problema é que a coisa tá tão bem amarrada na minha cabeça, que eu tô falando que não tem coisa nenhuma por pura coerção social, porque na minha mente tudo faz tanto sentido que é muito difícil simplesmente ignorar.

Ah, e eu remôo. Ô caracteristicazinha, viu! Eu supostamente tenho toda essa memória e não consigo usá-la pro meu próprio bem. Tendo sempre a "perder" discussões, saudáveis ou não, porque a bendita memória não me vale na hora necessária. Parece que some e eu acabo concordando com a maioria das coisas que me são faladas nesses momentos. Só que aí acaba e eu começo a fazer ligações, encontrar argumentos, estruturar respostas perfeitas, mas de que adianta?! Aí eu sempre pago de chata, querendo reacender coisas que as pessoas normais já puseram no limbo mental.

Ô vida!

P.S.: Já tinha um tempo que eu queria falar sobre isso, mas o que me motivou a sair do plano das idéias foi o texto do Rafael, amigo da Patrícia. A propósito, eu também tenho dificuldade em associar textos (no meu caso) a autores e sou boa de ortografia. Isso me faz lembrar que eu tenho que parar de cobrar das pessoas coisas que são características minhas, mas enfim... em outro post.

domingo, 12 de abril de 2009

Das profissões que já quis exercer

Como a galerë que lê aqui sabe, eu faço Comunicação Social. Até a segunda ordem, Comunicação Social-barra-Jornalismo. Ainda não sei exatamente como será meu futuro no curso e muito menos no mercado de trabalho, mas enfim, isso não vem ao caso.

O negócio é que eu decidi por esse curso meio que na última hora. Não que eu tenha escolhido qualquer coisa só pra fazer vestibular, eu realmente acho que tô no caminho que eu deveria, mas nunca tinha prestado muita atenção nessa profissão, apesar de sempre ter sido meio maníaca por meios de comunicação em geral - o que, segundo o Coordenador do colegiado, não me torna apta a ser uma boa comunicóloga (odeio essa palavra). Ih, fodeu.

Mas o que eu vim falar aqui é das coisas que eu já quis ser antes. Acho que dá uma lista um tanto quanto esdrúxula.

Jogadora de Futebol - Prático, normal [/Maisa], enquanto todas as meninas do mundo queriam ser... alguma coisa mais feminina, eu engrossava uma multidão junto com os meninos. Queria ser jogadora de futebol meeesmo. Nasci com algum distúrbio que me faz excessivamente mulherzinha em coisas que eu deveria ser muito macho, tipo chorar (lacrimejar, vai. Também não é pra tanto) em comédias românticas, por exemplo. Por outro lado, eu sou um desastre em relação a moda, maquilaxe, cabelo etc. O que também tem a ver com a profissão seguinte...

Fisiculturista - Achava lindo aquelas mulheres super fortes, musculosas, da cara quadrada, meu Deus, ainda bem que a gente muda, né?!

Comediante - Ai, eu me achava muito engraçada. Modéstia à parte, ainda consigo arrancar umas risadas das pessoas de vez em quando. Além disso, achava que imitava todo mundo perfeitamente. Não sei se foi porque coloquei aparelho nos dentes, mas não me acho mais tão verossímil assim quando imito as pessoas - exceto o Delfim e o Márcio Tec. Proc. RP - mas ainda me esforço. Acho divertido.

Dubladora - Ainda tem a ver com o fato de eu conseguir (ou achar que consigo) mudar a minha voz. De qualquer forma, dublar parece uma atividade interessante, ainda tenho vontade.


Só consegui lembrar dessas... Tem as mais senso comum, tipo cientista, mas né?! precisa mencionar não...

sábado, 14 de março de 2009

A título de curiosidade [/Daniel Pedersoli]

A quem interessar possa, tem no site da Supernanny um vídeo do episódio que eu comentei no post anterior.

É muito engraçado, porque a mulher começa jurando que não vai conseguir e depois tá lá fazendo declarações mil pros bonecos! Eu achei emocionante também, mas pode haver duas explicações para isso: a) me lembrou da minha mãe; b) eu acho tudo emocionante.

Enfim, deve ter sido um pouco de cada...

Voilá!

domingo, 1 de março de 2009

Supernanny

Malz ae, galera. Este post começou a ser escrito domingo, mas sempre que eu resolvia voltar a ele, aparecia minha irmã e me expulsava do computador. Enfim...

Tô querendo postar já tem um tempo, mas minha vida não tem rendido bons posts. Por isso, hoje eu vou falar sobre - guess what - televisão.

Eu acho Supernanny um dos melhores - senão o melhor - programas da televisão brasileira contemporânea.

É sério. Não acho que tudo na TV tem que ter conteúdo sócio-político-cultural e instruir o público. Para mim, proporcionar entretenimento sem causar grandes danos ao cérebro é suficiente. Em geral, sou apreciadora de reality shows, gosto de observar o comportamento humano (ou, no popular, a vida alheia), já disse aqui.

Assisto à Supernanny desde o começo, mas passei a gostar mais depois do último episódio da primeira temporada, no qual mostraram como o programa é feito, o que não vem ao caso, mas me deixou com mais vontade de trabalhar com produção televisiva.

Enfim, ontem (vide 1° parágafo) foi um episódio meio diferente. A família não tinha meninos birrentos nem pais sem pulso, mas uma mãe muito rígida, que não sabia demonstrar seu afeto pelos filhos, um pai não-participativo e três filhos: um menino de 5 anos que se comportava como se tivesse muito mais, uma de 9, se não me engano, muito magrela, me lembrou minha irmã na infância, e uma de 13, com Síndrome de Down. Fora que foi em Salvador e eu aaaaamo a [cria] Bahia!

Foi legal ver a mãe durona, que não tinha recebido carinho dos pais quebrar o bloqueio e ser mais afável com seus filhos. Minha mãe era meio assim quando eu era mais nova, nunca foi de abraçar, beijar, falar que ama, blablablá whiskas, e como eu nunca tive disso, não posso dizer que senti falta. Pelo contrário, acho estranho quando ela tenta "reparar o erro" hoje em dia.

O pai ficou mais participativo participando de jogos em família, idas à praia (praaaaia!) e jantando com a família. Já que comecei a comparar com a minha vida, vamos de novo: acho que minha Supernanny teria "falhas" a corrigir aqui em casa parecidas com as dessa família. A gente aqui nunca foi de almoçar reunidos, pelo menos não na mesa. Mas eu discordo que isso tenha feito a gente ter menos contato uns com os outros. A televisão no meio das nossas refeições era mais um gerador de assunto do que de silêncio.

A menina com Síndrome de Down era um barato! Bastante ativa. Mostraram ela fazendo aula de dança com outros "deficientes" (especiais? alternativos? como chamar?) e ela era toda malemolente. Muito mais do que eu, mas isso não é grande mérito...

No final das contas, o que eu gostei mesmo foi da forma como eles conseguiram sair do "arroz com feijão" sem baixar o nível ou mudar o foco do programa.

Descobri, ao longo da semana, que ninguém - pelo menos da minha faixa etária - assiste à Supernanny. Só me resta lamentar...

domingo, 15 de fevereiro de 2009

O homem de blush

Quarta-feira passada, lá fui eu à Riachuelo comprar uma calça, porque estou necessitada e lá tem umas com preço bom.

Cheguei na loja e já dei de cara com uma "banca" onde ficam um monte de calças jogadas. Essas tem os melhores preços. Dei uma olhada e o preço médio era 40 reais, achei prudente continuar procurando ali. Revirei, revirei e achei uma só do meu agrado, mas fiquei com medo de não servir. Peguei pra experimentar.

Vi uma num manequim sem a parte de cima que me apeteceu, mas na hora que vi o preço, até desisti de procurar nas araras. Achei engraçado o fenômeno de não-lycrarização das calças. Antes, quando eu não gostava, tudo tinha Lycra! Quarta, que eu até 'tava preferindo, não achei nenhuma!

Enfim. Segui para o provador (escrevi "profador"), dando uma olhada pelo caminho. Tudo caro/feio. Vesti a calça e gostei, o provador tinha 500 espelhos, deu pra ver de vários ângulos, achei válido. Tinha uma caixa de Toddynho lá dentro também. Resolvi levar, o que contei para o "guardião do provador" que eu achei de heterossexualidade contestável, assim como todos os outros funcionários do sexo masculino que tinha visto até então.

Entrei na fila para pagar. Olhei no relógio, eu teria aproximadamente 30 minutos para chegar no ponto e não ficar esperando o ônibus por horas. Ao chegar ao caixa, a atendente me perguntou se eu queria fazer o cartão Riachuelo pra ter 10% de desconto. Sem titubear muito (mesmo fazendo uma economia de apenas R$3,40) aceitei fazer o cartão já que, em tese, demoraria apenas 15 minutos.

Passei CPF e identidade pra uma outra atendente que, instantes depois, disse que eu já tinha o famigerado cartão. Supondo que tinha sido feito pela minha mãe, perguntei o que deveria fazer para pegá-lo. Ela me encaminhou para o "Crediário".

Fui ao tal do Crediário e tirei uma senha: 75. 'Tava na 68. Quase desistindo por conta da demora, a telinha apitou e apareceu meu número. Fui atendida por um homem de blush, que fortaleceu minha teoria de que os homens daquela Riachuelo eram todos de heterossexualidade contestável. Ver coisas assim me deixam desmoralizada, quando eu penso que não sei usar blush, mas enfim, isso está prestes a mudar.

Aí o cara de blush me conta que, como eu sou menor de 21 anos, eu deveria pagar uma taxa de R$12,50 por mês, para eles verem que, apesar de djovem, sou confiável. Aí veio o baque! Perdi meu desconto de 10% e ganhei um prejuízo de sei lá quanto por cento porque eu não sei fazer conta, mas sei que era muito. Titubeei um pouco, mas ainda não desisti de empreitada por causa do meu velho problema com escolhas. Aí o cara saiu pra fazer algo que eu até então não sabia o que era. Foi quando eu decidi desistir. Quando ele voltou, perguntei se ainda dava tempo e ele disse que não, porque já havia mandado imprimir o cartão.

Sofrendo, perguntei se eu não comprasse nada, quando iriam cobrar os tais R$12,50. "Na próxima fatura", mas como eu vou receber fatura se eu não tiver comprado nada? Resolvi deixar pra lá.

Com o cartão em mãos, tive pelo menos uma felicidade: pela primeira vez na minha história cartonística, abreviaram meu nome de maneira apropriada e ficou Jessica de Almeida Santos. Um sonho.

Voltei ao caixa, com o ônibus já perdido e fui para o sacrifício. Aí a mulher fala, "vou desbloquear pra você" e eu

- NÃO!!!!!!!!!! Pode deixar, vou pagar com outro.
- Mas você vai perder o desconto de 10%.
- Tudo bem, vou guardar pra uma compra maior.

No final das contas, foi só uma grande perda de tempo. Mas senti um alívio quando, diferente do que constava na etiqueta, descobri que o verdadeiro preço da calça era R$30,00.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Telespectadora*

Hoje eu tive - outra vez - vontade de voltar no tempo. Foi quando li este post n'O Placebo.

Não é segredo pra ninguém que eu me interesso pela vida alheia. Muita gente deve achar isso uma grande futilidade, mas eu não vejo dessa forma. Eu gosto de histórias diferentes da minha, gosto de viver através das pessoas e é assim que eu justifico esse interesse.

Ao ler o post da Patrícia, eu quis estar presente, não enquanto agente, como espectadora mesmo, na vida das pessoas que eu conheço antes de eu conhecê-las (só um parêntese: muitas vezes eu esqueço que as pessoas não são eu e ajo como se o mundo inteiro partilhasse de características que são exclusivamente minhas - pelo menos no meu círculo de convivência - e agora posso estar fazendo justamente o contrário: achando que só eu penso dessa forma e, na verdade, é algo comum à maioria das pessoas, mas enfim, prossigamos...). Queria ver a infância dos meus amigos, da minha mãe, da minha avó, do meu pai... Da minha irmã, não, porque dessa eu vi. De qualquer forma, ver sob o ponto de vista dela também seria interessante.

[teoria rasa de ônibus] Pra mim a vida é um grande efeito dominó, absolutamente tudo acontece só porque alguma coisa aconteceu antes e isso, somado às nossas particularidades genéticas ou whatever, constrói o que somos. O que também muda constantemente [/teoria rasa de ônibus]. Por pura curiosidade, eu queria ver esse processo nas outras pessoas. Naquelas que eu conheço, nas que conhecem alguém que eu conheço, nas que não tem absolutamente nada a ver comigo, nas "celebridades" e até nos BBBs. Seria uma experiência interessante.

Deve ser por isso que eu gosto tanto de TV. Ou de tanto assistir à TV fiquei assim, vai saber.

*Normalmente eu tenho vergonha das coisas que escrevo, mas ela se multiplica por oito vezes dez elevado à trigésima potência quando eu tento "filosofar", mas enfim...

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Distúrbios e infôncia*

Uma coisa que acontece comigo desde minha alfabetização é trocar V's por F's e vice-versa. Eu não sei o porquê, se nasci sem o cerebelo ou se tenho algum distúrbio, mas isso sempre me acontece. As pessoas em geral não ficam sabendo, porque eu vejo antes de entregar a prova/apertar enter no msn/postar o texto, mas é um negócio até que muito recorrente. Não sei porque estou falando disso, estou inventando qualquer coisa só pra postar no blog, porque eu acho uma vergonha não atualizar com uma frequência razoável.

Também não sei qual a ligação, mas me fez lembrar uma historinha da infância:

Mil novecentos e noventa e dois, um sol azul [/Leila Lopes] e eu cursava o 1° período do jardim de infância [o que eu escolhi fazer quando mamai me proporcionou a difícil decisão de escolher se eu queria uma festa de aniversário ou começar a estudar]. Toda semana [ou todo dia, não lembro exatamente], Tia Ana usava o nome de um dos alunos para compor a tarefa de casa. Eu esperava ansiosamente pelo dia em que o nome seria Jessica.

Chegado o dia, o enunciado era o seguinte: desenhe 3** bolas para a Jessica brincar. Eu fiquei tão empolgada, mas tão empolgada, que devo ter desenhado umas 8 ou 9 bolas. Um dos primeiros traumas da minha coleção: errei o dever que tinha meu nome.

Em breve, o dia em que não tomei banho de mangueira. Nossa, pensando agora, esse ano de 92 e essa escola renderam várias histórias/traumas em minha vida. Aos poucos, vou contando aqui...

*o O é proposital.
**não lembro se era esse o número exato, mas era algo nesse sentido.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

A segurança dos eletrônicos

Há uns 30 minutos estava aqui online me lamentando da falta do que fazer nessa internet...

Resolvi sair lendo blogs das pessoas e, de repente, enquanto eu comentava em um, meu computador ameaçou desfalecer.

Eu não 'tava fazendo nada que não pudesse ser adiado, não tenho que ficar conectada por nenhum motivo muito especial, mas... que desesperadores estes 5 minutos que eu demorei pra pôr tudo em ordem.

Foi um piti muito estranho do computador e eu achei que não fosse conseguir resolver sozinha, que teria de chamar um técnico e fiquei muito triste por ter sido desconectada à força.

Mas enfim, já passou. E fez eu ter claro na mente que a gente não dá valor nem quando a gente perde, porque daqui a uns 20 minutos eu vou estar achando ruim novamente toda essa falta do que fazer...

P.S.: Post um tanto quanto clichè, né?! Quem nunca passou por isso?