Vícios musicais #2: Passando batido

Como sou burra. Ia fazer a minha retrospectiva de vícios musicais sem passar pelo Hanson, que abusrdo! É porque eu compro certas ideias sobre as coisas (no caso, sobre mim mesma) e acabo suprimindo tudo o que não couber nessa forma de pensar. Cismei que só gostava de vocais femininos e deixei eles passarem em branco. Se bem que, quando os vi pela primeira vez, achei que fossem três meninas, ou duas meninas e um menino andrógino...

Pois é, acho que foi lá pelos idos de 2000 (talvez um pouco antes), quando gostar da Sandy&Júnior não era mais exatamente um orgulho pra mim. Acho que a primeira coisa que vi deles foi o clipe de Hmm-bop no Video Show (é, meus amigos, eu via isso e gostava. Mas esse já não é mais o post da vergonha, então passemos por cima disso). Como disse, achei que era tudo menina. Depois dois meninos e uma menina (o Taylor) até que, por fim, entendi que eram três indivíduos do sexo masculino.

Na época, não tinha dinheiro pra comprar CD, nem pra comprar nada. Então o meu fanatismo se resumia a ver e gravar tudo deles que passava na televisão. Coisa de uns dois especiais na Band e uma música na trilha sonora de Laços de Família. Talvez seja por isso que esqueci deles, eu gostava muito, mas não tinha acesso a muita coisa. Não era como a Sandy&J... que eram brasileiros e tavam todo dia na TV ou como a Avril que apareceu quando já havia internet. Mas eu gostava sim! Eu queria ser um deles e casar com eles ao mesmo tempo. Na verdade, não com eles, eu só queria casar com o Zac, porque achava os outros muito velhos (além de o Isaac ser feio e o Taylor ainda não ter me convencido 100% de que era um menino).

Essa semana, saiu clipe novo deles. Eu ainda quero casar com o Zac, não estou nem aí pro Isaac e o Taylor finalmente desenvolveu suas características masculinas (e ficou bem casável, apesar de que todos três já são casados). Quem quiser ver, eu gostei:

Vícios musicais #1: Devo me envergonhar?

Eu tenho isso de viciar. A repetição me agrada. Meu primeiro vício musical foi a SandyJúnior. Devo me envergonhar? Acho que não, essas coisas acontecem. Lembro de que as coisas que eu mais gostava eram os programas de TV deles (primeiro na Manchete, depois na Globo) e de ir pra casa da minha tia, ouvir e cantar o CD que minhas primas tinham, Tô ligado em você. Cheio de versões (como todos os anteriores e mais alguns posteriores) e composições de "Feio e Noeli". Foi um sufrimento quando roubaram todos os CDs do carro do meu tio e levaram esse junto.

Depois ganhei dois no meu aniversário de 11 anos. O do ano anterior (essas duplas brasileiras têm mania de lançar um CD por ano) e o de 99, As quatro estações. Sandy em suas primeiras composições (não, "o que é imortal não morre no final" não é dela), Jr. de cabelo curto...

Aos poucos eu fui largando. (Alelura!) Meu vício seguinte foi Avril Lavigne. Devo me envergonhar? [2] De novo, acho que não. A pseudo-rebeldice dela se encaixava perfeitamente à minha pseudo-insatisfação com a vida. Como tinha pouco dinheiro, comprei um Let go falsificado (e ainda assim me doeu no orçamento) e ouvia diariamente. Como sou a campeã da velocidade, os 40 minutos dele eram o suficiente pra trilha sonora do meu ritual de higiente - vulgo banho. E isso foi na época do advento da internet na minha vida. Então eu ficava entrando em sites sobre a dita cuja, porque eu sempre vinculo a música à pessoa em si. Acabei conhecendo pessoas que foram meus melhores amigos por algum tempo. Todos losers como eu (sem ofensa, caso um de vocês esteja lendo, éramos losers legais).

Aí eu fui pro CEFET e esse vício já não era mais um orgulho na minha vida, até mudei meu email do msn, mas isso não vem ao caso... Nessa época eu "trabalhava" de babá dos meus vizinhos, aí deu pra comprar um original do Under my skin. Aí eu fui mudando e a Avril também. Já não gostava tanto, mas baixei o 3° CD quando foi lançado. Cheguei até a ouvir um pouquinho, mas aí a pessoa que ela era (o que eu acho que interfere muito na música, por isso não consigo desvincular) já era muito diferente de mim e não durou muito.

Depois disso, veio a fase em que eu mais ouvi vocais masculinos. Mas fica pro próximo post, porque ao invés de fazer um post gigante e ficar 90 dias sem postar, vou finalizar esse por aqui e continuar daqui a uns (poucos) dias.

O inferno são os outros*

Eu gosto e desgosto das pessoas muito facilmente. É muito fácil me fazer te amar, ou ao menos simpatizar com você, assim como eu odeio as pessoas sem muito esforço. Esses dias fui chamada de bairrista. Mas é porque eu sou mesmo [/carmelita baruerink da vega]. Amigos dos meus amigos, a princípio são meus amigos também. Os amo. E os inimigos nem cheguem perto. Ok. Não farei nada, além de acionar a minha master cara de bunda. Mas me poupem.

Às vezes eu odeio - odiar é jeito de falar, usarei o termo "pego 'tipatia". Às vezes eu pego 'tipatia sem o menor motivo aparente. Em muitos casos tem motivo também. Em geral, um motivo bobo, que só faz sentido pra mim, mas torna minha convivência com o indivíduo(a) - quando esta tem que existir - praticamente impossível. Mas mesmo quando não tenho que conviver, às vezes entro no perfil do orkut e/ou qualquer outra rede social, só pra me irritar um pouquinho, porque sou masoquista.

Pra eu deixar 'tipatizar é muito fácil também. Basta a pessoa "demonstrar preocupação minimamente". Às vezes um bom dia, ou um sorriso sinceros já resolvem. Outro método é não fazer mais o que me irrita. Mas como em geral eu não falo o que é e a legilimência só é possível no mundo de J. K. Rowling, eu simplesmente tendo a e tento me afastar.

Gostando ou não, no início eu falo muito pouco. Acontece de eu ficar mais solta quando tem um terceiro mais íntimo (uiii gato), mas é só ele sair, como hoje, quando a Dani foi buscar uma Coca e me deixou sozinha com a irmã dela, que a mudez volta a atacar. Em alguns casos, isso faz a 'tipatia aparecer no sentido contrário.

De qualquer forma, eu tento ser educada em todos esses casos, porque até as pessoas de quem eu não gosto, eu quero que gostem de mim. Sou carente, beijos. Mas mesmo com o mínimo de polidez, às vezes é difícil disfarçar a cara de bunda, que em geral é involuntária. E depois eu ainda tenho a cara de pau de sofrer.

Esse tipo de coisa eu acho que a gente vai aperfeiçoando ao longo do tempo. Não me contaram, quando eu era criança, que tem hora que tudo o que há a fazer é engolir o sapo e fazer cara de quem comeu profiteroles. Pelo menos agora eu já sei, né; já é o primeiro passo.

*http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Paul_Sartre

Uma mãe

Eu sou uma pessoa muito enrolada. Não é de propósito, mas eu sou.

Eu sou tão enrolada, que esse post era pra ter saído no domingo. Não esse, mas um outro.

Eu sou tão enrolada que mesmo acordando às 7h da manhã, eu consigo sair atrasada pra um compromisso às 9h.

Eu sou tão enrolada que esqueço que marquei entrevista e vou pra auto-escola. Mas eu também sou tão acostumada a ser enrolada, que quase (ênfase no quase) sempre saio ilesa das minhas enrolações.

Marquei ontem de entrevistar o organizador de um evento, hoje de manhã mas quando cheguei à auto-escola e vi que excepcionalmente essa semana haveria aulas extras de manhã eu fui sem pensar duas vezes, pra acabar de uma vez com essas malditas aulas. Por volta das 10h15 de hoje, sabe lá Deus porque, o nome do Instituto Aletria me veio à cabeça e me fez lembrar de Abrasel, que é o nome da entidade à qual meu entrevistado é vinculado.

Liguei pra minha mãe (porque meu celular não tem crédito e meu cartão acabou) pra pedir pra ela ligar pra Bel e pedi-la pra me ligar, caso estivesse na rádio. Ela não estava, mas ligou assim mesmo. No final das contas, resolvi que tinha que entrar em contato com o cara de qualquer jeito e tinha, para tanto, 2 caminhos:

. Ou eu ligava pra minha mãe de novo, pra pedir alguém que estivesse na rádio pra me ligar e eu pedir essa pessoa pra enrolar o cara/fazer a entrevista pra mim;

. Ou eu ia em casa, ligava pro cara eu mesma, reagendava a entrevisa, voltava pra auto-escola e "fechava" a aula (tem que abrir e fechar com a digital hoje em dia).

Acabei optando pela segunda alternativa. Mas como minha mãe é uma mãe, a coisa acabou saindo melhor do que eu esperava. Reagendei com o dito cujo e ficou tudo bem. Mamãe me vendo em casa, perguntou:

- Uai, cê vai almoçar em casa, então?
- Não, porque eu tenho que voltar pra lá pra fechar a aula. Aí já vou direto pra rádio.
- Eu te levo lá e trago de volta.

E assim foi. Acho que esses foram os únicos casos de enroladeza de hoje, mas com certeza, amanhã tem mais alguns...

Pensamento "protetor de tela"

Post originalmente escrito por volta das 23h do dia 04 de janeiro, momento no qual eu não dispunha de um computador e tive que escrever na (única) folha de um bloquinho que peguei na rádio, pra escrever uma informação avulsa.

Mais cedo, dei uma de Patrícia e concebi uma teoria com nome sobrenome. Agora, enquanto observava o Thomas arrumando as malas pra viajarmos pela manhã*, a teoria se fez prática novamente. Na verdade, acho que nesse caso eu apenas batizei um determinado evento e, em seguida, percebi que o nome é passível de ser usado em outras situações. Bom, sem mais enrolação, deixa eu explicar como o "pensamento 'protetor de tela'" surgiu em minha vida.

Eu conhecia uma das vítimas desse desmoronamento que aconteceu na região de Angra, na madrugada do dia 1º. Uma menina que eu não considerava amiga, mas de quem fui bastante próxima durante três anos. Ela fazia parte de EDP, turma à qual pertenci enquanto estudei no CEFET. A relação que mantive com aquelas pessoas tem mais a ver com o que a gente tem com família, sabe? Não dá pra escolher, tem coisas difíceis de suportar, mas como não tem outro jeito, você aguenta e acaba se afeiçoando, criando laços.

Nunca imaginei que um de nós pudesse morrer assim tão cedo, antes que se completassem nem três anos da nossa separação. Menos tempo do que a gente passou junto. (Ok, se eu tivesse imaginado, seria muito mórbida/premonitiva/freak/o que for, mas enfim...)

Fato é que é muito difícil/estranho reagir nesse momento. Como desse, eu não a considerava minha amiga, no sentido estrito da palavra, mas em muitos dos que chamo "melhores momentos da minha vida" ela estave presente. Não necessariamente ao meu lado, mas de qualquer forma, por perto. Eu a achava engraçada e poucas coisas me cativam mais nesse mundo do que quando provocam meu riso. Nós tínhamos nossas incompatibilidades, mas de uma forma ou de outra, posso dizer que a gente se divertiu, querendo dizer que uma divertiu a outra mesmo.

Explicando - finalmente! - o tal "pensamento 'protetor de tela'" é que sempre que me desligo do mundo ou paro de pensar, essas e outras coisas vêm à minha cabeça. É entrar no stand by, que me lembro desse assunto. Não cheguei a chorar com a notícia, nem fui ao enterro, mesmo tendo tido vontade, mas fiquei bastante comovida. E de uma forma muito estranha.

Se a cabeça esvazia, começo a lembrar que ela foi a primeira pessoa da sala a conversar comigo; da sua transformação de "fã da Britney com colarzinho hippie" a "frequentadora do Matriz de cabelo vermelho berrante"; dela falando que não fez nem "isso" (e esboçou um sorriso amarelo) quando viu As Branquelas, enquanto eu tinha me acabado de rir; de como a gente pulou sete ondinhas (oi?) em Porto Seguro, quando descobrimos ter sido aprovadas no vestibular; do jeito que ela carregava a mochila de um lado só; ou do dia chuvoso em que subimos do Campus II pro I, com nossas sombrinhas capengas e comemos cachorro-quente barato em frente ao CEFET...

E não sei como encerrar este post. Saudade de EDP.

*Houve alterações na vida e ainda não viajei. Mas vou amanhã.